Pesquisar este blog

terça-feira, 14 de abril de 2009

ACONSELHAR PARA VIVER


Expulsa de casa aos 16 anos, quando a família soube que estava grávida, a saída encontrada por A.L.M foi mudar-se para a casa do parceiro. Nasceu, então, o primeiro filho do casal. O recém-nascido – com deficiência mental, devido a problemas no parto – e a mulher começaram a ser agredidos. Não raro alcoolizado, o homem ameaçava a vida de A.L.M e também a do filho.

O caso ocorreu em Carlos Chagas, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Relatando o fato ao blog MulherMedeia, a presidente do Conselho de Assistência Social de Carlos Chagas, Ana Lúcia Laigner, comemorava a conquista de um abrigo para a família. No entanto, reconhecia a falta de um conselho municipal especializado nas causas femininas. “Caso tivéssemos um conselho da mulher, teríamos mais recursos do governo e os casos de agressão poderiam ser resolvidos mais rapidamente”, explicou a presidente.

No município, de acordo com Laigner, a movimentação feminina em torno da criação de um conselho é muito forte, e ele deve ser criado ainda neste ano. “Já temos a Cooperativa de Mulheres e o Movimento Popular de Mulheres. O nosso produto é disseminar idéias, como dar palestras, levantar a auto-estima e visitar mulheres em risco social”, afirmou a presidente do Conselho de Assistência Social.

Já o município de Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), tem o seu modelo de gestão social disseminado por todo o Brasil. Naquele local, o Conselho Municipal da Mulher de Brumadinho (CMMB) foi instituído pela Lei Municipal 1368, em 2003. Desde então, o Conselho lutou para se erguer, já que somente a Lei não assegura a sua legitimidade, mas sim a atuação do órgão.

Para a presidente do CMMB, Ilma Cândida, a participação da mulher tem que ser honesta. “No passado tivemos uma gestão interessada em obter votos nas eleições. Hoje, atuamos com seriedade e corremos atrás de melhores condições para a mulher”, disse Cândida.

Sem identificar a vítima, a presidente também relatou outro caso indigesto de violência contra a mulher. Até o fechamento desta matéria, a vítima teria que conseguir dois mil reais para o parceiro sob risco de morte. “Ela teve que fugir de casa e deixar os filhos lá. As crianças também correm risco”, disse Ilma Cândida. Nas palavras da presidente do CMMB, esta é apenas uma das situações na qual a atuação do Conselho da Mulher é determinante.

Nesta semana o CMMB viaja para o Acre. O objetivo da visita é proferir uma palestra sobre a experiência de Brumadinho, abordando os conselhos estadual e municipais mineiros, e incentivar a criação de conselhos da mulher no estado do Acre.

Veja também


Cristiane Sabino fala ao blog MulherMedeia sobre a função dos conselhos