segunda-feira, 30 de março de 2009
SERÁ O VOO DO ADEUS?
Usar o computador para a produção de textos têm sido uma tarefa árdua. O duelo que se trava entre acentos, hifens e ditongos impedem a fluência da escrita e, entre um café e outro, “por que o tec-tec da máquina de escrever não volta”, lamentam os antenados que já aderiram à reforma ortográfica.
Os signatários do acordo martelaram: antissemita, assembleia, infraestrutura... Calma, não tem nada de errado! A grafia mudou para facilitar o diálogo e unificar a ortografia, segundo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Para a CPLP, a difusão de informações e o intercâmbio cultural entre os países de língua portuguesa serão mais dinâmicos. As justificativas, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), fazem sentido.
O MEC informou que 98% das diferenças existentes entre o português do Brasil e o de Portugal serão eliminadas. No Brasil, 0.5% da escrita será alterada, enquanto para os portugueses a mudança na ortografia será de 1.6%. Dessa forma, espera-se que as relações econômicas e políticas entre os países de língua portuguesa também sejam mais dinâmicas. Além disso, o português poderá ser adotado, enfim, como um dos idiomas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU) .
Visando, portanto, a unificação da língua latina, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor Leste e São Tomé e Príncipe reuniram-se para assinar o acordo. Mas, aqui, é preciso algumas observações. Apenas o Brasil definiu um cronograma para a implementação do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp). Já Moçambique, Angola, Guiné-Bissau e Timor Leste sequer aprovaram o documento. E é bom refrescar a memória: lembram do Acordo Oficial da Língua ?
Pois é... Em 1990 foi aprovado em Lisboa o Acordo Ortográfico. Os países adeptos teriam quatro anos para ratificar a reforma, mas apenas Portugal, Brasil e Cabo Verde implantaram as mudanças. O acordo passou então por vários protocolos. Entre idas e vindas, Portugal travou inúmeras vezes o Novo Acordo (Que “de novo” não havia mais nada). Por fim, em maio de 2008, foi ratificado entre os países, mais uma vez, o acordo.
O Brasil adotou o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) em 1º de janeiro deste ano, mas o período de transição da ortografia será de quatro anos. Isso significa que ainda poderemos decidir entre o vôo da lembrança e o voo do adeus.
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